Atividade biológica de plantas da família Myrtaceae: revisão sistemática de artigos entre 1989 e 2015

ARTÍCULO DE REVISIÓN

 

Atividade biológica de plantas da família Myrtaceae: revisão sistemática de artigos entre 1989 e 2015

 

Actividad biológica de las plantas de la familia Myrtaceae: una revisión sistemática de los artículos publicados entre 1989 y 2015

 

Biological activity of plants from the Myrtaceae family: a systematic review of papers published from 1989 to 2015

 

 

Geórgia Muccillo Dexheimer, Adriane Pozzobon

Centro Universitário UNIVATES, Lajeado, Rio Grande do Sul-RS. Brasil

 

 


RESUMO

Introdução: Produtos naturais são uma importante fonte de compostos bioativos e apresentam diversas atividades biológicas. Os frutos e folhas de plantas da família Myrtaceae são amplamente utilizados na medicina popular.
Objetivo: Investigar a importância e capacidade da família Myrtaceae, através da revisão das principais publicações que apresentam resultados que demonstrem atividade biológica e/ou potencial farmacológico no período de 1989 a 2015.
Método: Foi realizada a pesquisa de descritores: "Myrtaceae", "atividade biológica"/"biological activity", "potencial farmacológico"/"farmacological potential" nas bases de dados científicas SciELO, Science Direct e PubMed.
Resultados: Foram selecionados 101 artigos de interesse, onde foram demonstradas diversas atividades biológicas de 81 espécies de plantas da família Myrtaceae. As atividades biológicas foram diversificadas, tais como antidiarreico, antimicrobiano, antioxidante, antitumoral, antirreumático e anti-inflamatório.
Conclusão: Esta revisão sistemática contribui com informações relevantes sobre a família Myrtaceae bem como para discussões sobre possíveis fontes de moléculas bioativas oriundas de plantas com potencial farmacológico que podem vir a ser utilizados na terapêutica de diversas doenças.

Palavras-chave: artigos; família Myrtaceae; atividade biológica; potencial farmacológico.


Introducción: Los productos naturales son una fuente importante de compuestos bioactivos y tienen diversas actividades biológicas. Los frutos y las hojas de las plantas de la familia Myrtaceae son ampliamente utilizados en la medicina popular.
Objetivo: Investigar la importancia de la actividad biológica o el potencial farmacológico de la familia Myrtaceae mediante la revisión de las publicaciones más importantes entre 1989 y 2015 que brindan información al respecto.
Método: Se realizó una búsqueda con los descriptores: "Myrtaceae", "actividad biológica"/"biological activity", "potencial farmacológico"/"farmacological potential" en las bases de datos científicas SciELO, PubMed y Science Direct.
Resultados: Se seleccionaron 101 artículos de interés que mencionaban varias actividades biológicas de 81 especies de plantas de la familia Myrtaceae. Las actividades biológicas son diversas, se puede decir que se usan como antidiarreico, antimicrobiano, antioxidante, antitumoral, antirreumático y antiinflamatorio.
Conclusiones: Esta revisión sistemática aporta información relevante acerca de la familia Myrtaceae y sobre posibles fuentes de moléculas bioactivas derivadas de plantas con potencial farmacológico que pueden ser utilizadas en el tratamiento de diversas enfermedades.

Palabras clave: artículos; familia Myrtaceae; actividad biológica; potencial farmacológico.


ABSTRACT

Introduction: Natural products are an important source of bioactive compounds and they display a variety of biological activities. Fruits and leaves of plants from Myrtaceae family are widely used in folk medicine.
Objective: Investigate the importance of the biological activity or the pharmacological potential of the family Myrtaceae by reviewing the most relevant papers on the topic published from 1989 to 2015.
Methods: A search was conducted in the scientific databases SciELO, PubMed and Science Direct using the search terms "Myrtaceae", "actividad biológica" / "biological activity", and "potencial farmacológico" / "pharmacological potential".
Results: A total 101 papers were selected which made reference to various biological activities displayed by 81 plant species from the Myrtaceae family. A wide range of biological activities were found. The study species are used for their antidiarrheal, antimicrobial, antioxidant, antitumor, antirheumatic, and anti-inflammatory effects.
Conclusion: The present systematic review provides relevant information about the Myrtaceae family, as well as about possible sources of bioactive molecules derived from plants with pharmacological potential which may be used for the treatment of a variety of diseases.

Key words: articles, Myrtaceae familiy, biological activity, pharmacological potential.


 

 

INTRODUÇÃO

Os produtos naturais são uma fonte importante para o desenvolvimento de medicamentos comerciais. Pesquisas com extratos de plantas abrem possibilidades de descobertas de novos compostos bioativos.1 A utilização de produtos naturais com propriedades terapêuticas é um hábito tão antigo quanto a humanidade. As plantas constituem uma grande fonte de substâncias ativas que podem ser usadas na medicina terapêutica, pois seus metabólitos apresentam uma grande diversidade estrutural.2

Anti-inflamatórios provenientes de produtos naturais foram extraídos de frutas, vegetais, especiarias e ervas medicinais tradicionais e estes vem ganhando importância como quimiopreventivo do câncer e como agentes terapêuticos.3 Diversos estudos demonstram o efeito do uso de plantas medicinais podendo ser utilizados para diversas patologias, incluindo o câncer.4-7

O Brasil apresenta a maior diversidade de espécies de plantas do mundo. Porém, menos de 10 % passaram por estudos a fim de avaliar suas características biológicas e menos de 5 % passaram por estudos fitoquímicos detalhados.8

Drogas derivadas de produtos naturais com atividade antibacteriana, anticoagulante, antiparasitária, imunossupressora e anticancerígena são capazes de tratar 87 % das doenças humanas categorizadas.9 Desde a década de 1940 até 2010, foram lançadas 175 novas pequenas moléculas para tratamento de câncer, onde 131 são relacionadas à produtos naturais sendo que destes, 85 são produtos naturais ou derivados diretamente destes.10

A família Myrtaceae apresenta grande importância nas florestas tropicais. Frequentemente produz frutos comestíveis. Apresenta cerca de 4.620 espécies distribuídas em 140 gêneros. Tem sua distribuição de forma pantropical e subtropical, sendo encontrada principalmente nas Américas e na Austrália.11-14

Sua formação se dá em árvores e arbustos, córtex do tronco esfoliante com folhas simples e opostas, de textura coriácea ou subcoriácea com regiões translúcidas, as quais indicam presença de cavidades secretoras de óleos essenciais. Geralmente apresenta flores brancas, bissexuadas, e frutos na forma de baga, drupa, cápsula ou núcula.11-13,15 Alguns frutos da família são consumidos frescos ou ainda no preparo de sucos, licores, doces e chás. São muito apreciados devido ao seu aroma agradável e intenso.16

Os frutos e folhas de plantas da família Myrtaceae são amplamente utilizados na medicina popular e, por isso, muitos estudos já foram realizados a fim de elucidar suas aplicações medicinais. A atividade consagrada na cultura popular e também em pesquisas científicas fez com que espécies desta família fizessem parte da World Health Organization (2002) como Eucalyptus globulus Labill., Syzygium aromaticum (L.) Merr. & Perry, Psidium guajava L., Eugenia uniflora L. e Melaleuca alternifolia (Maiden eBetche) Cheel.17,18

Este artigo tem por objetivo investigar a importância e capacidade da família Myrtaceae, através da revisão das principais publicações que apresentam resultados que demonstrem atividade biológica e/ou potencial farmacológico no período de 1989 a 2015.

 

MÉTODO

Esta pesquisa bibliográfica foi desenvolvida por meio de uma revisão sistemática da produção científica entre os anos de 1989 e 2015 que apresentaram atividade biológica de plantas pertencentes à família Myrtaceae. Foram realizadas buscas em bases de dados como PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Science Direct.

A seleção dos artigos foi realizada primeiramente a partir da avaliação do título e, posteriormente, do resumo. Nesta etapa, foram selecionados artigos que apresentassem resultados com alguma atividade biológica ou potencial farmacológico a partir de plantas da família Myrtaceae. Após a seleção dos resumos, foi realizada a leitura do texto integral dos artigos, para a seleção dos artigos que comprovaram a atividade biológica ou potencial farmacológico da planta da família Myrtaceae a partir de estudos in vitro e/ou in vivo.

Na presente pesquisa, foram consideradas todas as publicações disponíveis com texto completo gratuito. Os descritores utilizados para pesquisa nas bases de dados foram: "Myrtaceae", "atividade biológica"/"biological activity", "potencial farmacológico"/"farmacological potential".

 

RESULTADOS

A busca inicial resultou na seleção de 1.109 publicações. Após avaliação dos artigos de acordo com o título e abstract, foram selecionadas 101 publicações. Dentre cerca de 4.620 espécies da família Myrtaceae, foi possível encontrar publicações com diferentes resultados de 81 espécies. A tabela apresenta todas as espécies das plantas da família Myrtaceae que apresentaram atividade biológica ou potencial farmacológico nos artigos selecionados nesta pesquisa, bem como a atividade ou potencial relacionado e o artigo de origem. á é í ó ú


Tabela. Atividade biológica e potencial farmacológico de espécies da Família Myrtaceae

Espécie

Atividade biológica

Acca sellowiana (Berg) Burret

Atividade antibacteriana

Blepharocalyx salicifolius
(Kunth) O. Berg

Atividade citotóxica contra Leishmania (L.) amazonensis
e Paracoccidioides brasiliensis, a
tividade contra células tumorais

Calyptranthes lucida Mart. ex DC.

Antibacteriana

Calyptranthes pallens, Griseb.

Atividade contra carcinoma epidermoide oral

Calyptranthes pittieri, Standley

Citotóxica

Callistemon rigidus R. Br.

Larvicida contra mosquitos vetores de doenças

Campomanesia lineatifolia
(Ruiz & Pav.) Pers.

Gastroprotetivo

Campomanesia velutina (Cambess) O. Berg

Antinflamatório e antinociceptivo

Campomanesia xanthocarpa
O. Berg

Antioxidante

Cleistocalyx Operculatus (Roxb.) Merr and Perry

Antimicrobiana e antioxidante, antitumoral

Eucalyptus globulus Labill

Capacidade de implementar a resposta imune inata mediada por células, propriedades anti-sépticas e antinflamatórias e efeito analgésico

Eucalyptus
camaldulensis Dehn

Repelente contra Anopheles arabiensis e Anopheles pharoensis, atividade contra Mycobacterium tuberculosis

Eucalyptus torelliana F. Muell

Atividade contra Mycobacterium tuberculosis

Eucalyptus genus L'Hér

Inibidor de leveduras na deterioração de alimentos

Eucalyptus tereticornis Sm.

Efeito analgésico

Eucalyptus citriodora Hook.

Efeito analgésico

Eugenia acapulcensis Steud.

Antibacteriana

Eugenia austin-smithii Standl.

Citotóxica

Eugenia bacopari D. Legrand

Antibacteriana

Eugenia beaurepaireana (Kiaersk.) D. Legrand

Antibacteriana

Eugenia brasiliensis Lam.

Antibacteriana, antidepressivo

Eugenia cartagensis O. Berg

Citotóxica

Eugenia chlorophylla O. Berg.

Antibacteriana e antifúngica

Eugenia involucrata DC.

Antioxidante

Eugenia haberi Barrie

Citotóxica

Eugenia caryophyllus (Spreng.) Bullock & S.G. Harrison

Atividade contra Haemophilus ducreyi, antioxidante, analgésico, antinflamatório, antimicrobiano, antitumoral, crescimento de cabelo.

Eugenia dysenterica (DC.)
O. Berg.

Laxativo, antifúngico

Eugenia uniflora L.

Antimicrobiana, antioxidante, anticociceptiva, hipotérmica, citotóxica, antilarval, hipotensiva

Eugenia punicifolia (Humb., Bonpl. & Kunth) DC.

Anticociceptiva, antinflamatória e gastroprotetiva

Eugenia sulcata Spring ex Mart

Anti-hipertensiva

Eugenia jambolana Lam.

Antibacteriana, neuroprotetor, anti-hiperglicêmico e antioxidante

Eugenia pluriflora DC.

Antibacteriana

Eugenia melanadenia
Crug & Urb. var. santayana

Antilarval

Eugenia jambos L.

Indutor de apoptose em células leucêmicas humanas

Eugenia sp. L.

Inibição da protease do Trypanosoma cruzi

Eugenia umbelliflora O. Berg

Antibacteriana

Eugenia stipitata Mc Vaugh

Antibacteriana

Eugenia uruguayaensis Cambess

Antibacteriana e antifúngica.

Eugenia zuchowskiae Barrie

Citotóxica

Feijoa sellowiana Bert.

Anticâncer

Gomidesia schaueriana O. Berg

Antibacteriana e antifúngica

Gomidesia sellowiana O. Berg

Antibacteriana e antifúngica

Hexachlamys edulis (Berg.) Legr. et Kaus

Antibacteriana e antifúngica

Leptospermum scoparium J.R. Forst & G. Forst

Atividade acaricida

Luma chequen (Molina) A. Gray

Antibacteriana e antifúngica

Marlierea eugeniopsoides
(D. Legrand & Kausel) D. Legrand

Antibacteriana e antifúngica

Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk

Antiacetilcolinesterase

Myrciaria vexator McVaugh

Potencial no tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica.

Melaleuca alternifolia L.

Potencial terapêutico para tratamento de Anisaquíase humana

Myrtus communis L.

Antioxidante, Antimicrobiana, Antinflamatória, Ansiolítico

Myrtus nivellei Batt & Trab

Atividade contra Cryptococcus neoformans

Myrceugenia cucullata
D. Legrand

Antibacteriana e antifúngica

Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O. Berg

Antibacteriana e antifúngica

Myrceugenia oxysepala (Burret) D. Legrand & Kausel

Antibacteriana e antifúngica

Myrcia sp. DC.

Citotóxica

Myrcia fallax (Rich.) DC.

Antibacteriana

Myrcia lajeana D. Legrand

Antibacteriana

My rcia oligantha O. Berg

Antibacteriana

Myrcia rostrata DC.

Antibacteriana e antifúngica

Myrcianthes pseudomato
(D. Legrand) McVaugh

Antibacteriana

Myrciaria floribunda
(West ex willd.) O. Berg

Antibacteriana e citotóxica

Myrciaria tenella ( DC.) O. Berg

Antibacteriana

Myrrhinium atropurpureum Schott

Antibacteriana

Paramyrciaria delicatula (DC.)
O. Berg

Antibacteriana e antifúngica

Pimenta dioica L. Merr.

Antifúngica

Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum

Antibacteriana e antifúngica

Pimenta racemosa (Miller)
J. Moore

Antibacteriana e antifúngica

Plinia cerrocampanensis Barrie

Antibacteriana, antifúngica e antilarval

Plinia tunciflora (O. Berg) Kausel

Atividade contra Streptococcus equi e Staphylococcus epidermidis e atividade inibitória para leveduras patogênicas Candida sp. e Cryptococcus sp.

Psidium cattleyanum Sabine

Antibacteriana, antifúngica e antinflamatória

Psidium guajava L.

Antitumoral, Antibacteriana contra Escherichia coli, potencial controle da doença em peixes causada pela Aeromonas hydrophila, atividade imunomoduladora de NFkb, atividade Antinociceptiva, atividade Antioxidante

Psidium guianense Pers.

Antinflamatória e analgésica, depressão da ação no sistema nervoso central e periférico e antibacteriana

Psidium friedrichsthalianum
(O. Berg) Nied

Antioxidante e antinflamatória

Psidium pohlianum O. Berg

Depressão da ação no sistema nervoso central e periférico, antibacteriana, anticociceptiva

Psidium rotundatum Griseb

Antilarval

Rhodomyrtus

tomentosa (Aiton) Hassk.

Antimicrobiana e atividade antinfecciosa, atividade contra Lysteria monocytogenes

Syzygium polyanthum (Wight) Walp

Atividade antimicrobiana, antioxidante e compostos citotóxicos

Syzygium aromaticum L.

Fonte de bioativos no desenvolvimento de fármacos quimioterapêuticos e ingredientes funcionais, antitumoral e apoptótica, inibição de fatores de virulência bacteriana, indução de apoptose em células p815, antidiabético

Syzygium jambos (L.) Alston

Antibacteriana e antinflamatória, antioxidante e hepatoprotetiva, analgésico

Syzygium cumini (L.) Skeels

Antidiabética, antibacteriana, antioxidante, quimiopreventiva, anti-inflamatória, antifúngica, atividade contra Leishmania

Rhodomyrtus tomentosa (Aiton) Hassk.

Antinflamatória


Atividade antimicrobiana

Diante da evolução da resistência bacteriana e fúngica às drogas existentes, torna-se importante a investigação de novas moléculas com potencial antibacteriano ou antifúngico para o desenvolvimento de novas drogas. Neste âmbito, diversas plantas do gênero Eugenia foram citadas com potencial antibacteriano.19-27 Além disso, alguns estudos demonstraram que esta também pode apresentar atividade antifúngica.19,23 Outras espécies citadas com potencial antibacteriano e antifúngico foram Acca sellowiana (Berg) Burret, Hexachlamys edulis (Berg.) Legr. et Kaus, Marlierea eugeniopsoides (D. Legrand & Kausel) D. Legrand, Myrcia rostrata DC., gênero Myrceugenia, gêneroGomidesia,19 Luma chequen (Molina) A. Gray.28

Myrtus nivellei Batt & Trab apresentou atividade contra Cryptococcus neoformans29 e Myrtus communis L. apresentou atividade antimicrobiana, além de atividade antioxidante, antinflamatória e ansiolítica.30-36 Outros gêneros que demonstraram atividade antimicrobiana foram Myrcia,37 Myrcianthes,38 Myrciaria,39,40 Myrrhinium,41 Pimenta,42-44 Plinia,45,46 Psidium,39,47-56 e Syzygium.57


Atividade antitumoral, antioxidante e antinflamatória

Estudos para a identificação de novos compostos com potencial citotóxico, antitumoral, antioxidante, antinflamatório apresentam interesse biotecnológico para a produção de novas drogas no tratamento de diferentes tipos de câncer. Ainda que de forma experimental, a identificação de extratos de plantas com estes efeitos pode ser promissora para testes futuros neste âmbito. Tendo em vista a associação entre o câncer e a inflamação,58 estes efeitos também tornam-se importantes na avaliação de novas drogas antitumorais. Nas últimas duas décadas, os produtos fitoterápicos alcançaram um papel de grande importância na descoberta de novas drogas para o câncer.59 Ainda, muitas drogas são produtos caracterizadas como naturais ou derivadas de produtos naturais, demonstrando a importância de produtos fitoterápicos e de estudos neste setor.10

Plantas que apresentaram atividade antioxidante foram Campomanesia xanthocarpa O. Berg, Eugenia involucrata DC.60 A atividade citotóxica foi descrita para Calyptranthes pittieri, Standley, Eugenia austin-smithii Standl,61 Eugenia cartagensis O. Berg,62 Eugenia haberi Barrie,63 Eugenia zuchowskiae Barrie,64 Myrcia sp. DC62. Atividades biológicas variadas, incluindo antioxidante, analgésica, antitumoral, antimicrobiana, entre outras foram citadas para Cleistocalyx Operculatus (Roxb.) Merr and Perry,65,66 Eugenia caryophyllus (Spreng.) Bullock & S.G. Harrison,67,68 Eugenia uniflora L.,40,45-51, Eugenia jambolana Lam.,54-56 Myrtus communis L.,69-75 Psidium guajava L.46-51 Syzygium polyanthum (Wight) Walp.76-80 A espécie Eugenia jambos L. apresentou capacidade indutora de apoptose em células leucêmicas humanas.81

 

DISCUSSÃO

Estudos com plantas da família Myrtaceae demonstraram resultados com atividade antibacteriana e antifúngica, podendo estar associada com a presença de compostos fenólicos e elevados níveis de terpenos oxigenados.19,23,28,82 O alto potencial farmacológico destas plantas deve-se aos compostos que podem ser extraídos como ácidos fenólicos, polifenóis e flavonoides, os quais podem contribuir para uma atividade antioxidante satisfatória.83,84

Alguns frutos da família são consumidos frescos ou ainda no preparo de sucos, licores, doces e chás. São muito apreciados devido ao seu aroma agradável e intenso. Seus óleos essenciais apresentam predominantemente sesquiterpenos. Sua ampla diversidade de espécies apresenta diferentes aplicações medicinais já estudadas.16

Syzygium cumini L. Skeels é considerada a planta de maior riqueza nutricional, contendo flavonoides, taninos, triterpenoides, carotenoides e sitosterois, alcaloides, fenóis, saponinas, limoneno e α-pineno. Seu extrato já apresentou diversas atividades como citotoxicidade, antinflamatória, anticâncer e antidiabética.85

Nativa do Brasil, a Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L.R. Landrum11 denominada de forma popular como pau-cravo ou craveiro, tem suas folhas utilizadas no preparo de chás antigripais,86 calmantes, reguladores da digestão e menstruação.87

Espécies do gênero Pimenta apresentam propriedades anti-hipertensivas, antiinflamatórias, analgésicas, antimicrobianas e antioxidantes confirmando o seu uso etnofarmacológico.88-90 Pimenta dioica (L.) Merrill (allspice) e Pimienta racemosa (Miller) J. Moore (bay tree) destacam-se por sua importância econômica e potencial medicinal. P. dioica é utilizada como especiaria e suas folhas são utilizadas como tratamento da hipertensão arterial, diabetes, obesidade, transtornos digestivos, dismenorreia e dores abdominais pela população da América Central e Caribe.91 Na medicina popular, P. racemosaauxilia no tratamento de reumatismo, dor de dente, dores abdominais, febre, pneumonia e gripe.89

Estudos utilizando óleos essenciais e, principalmente os extratos etanólico, hexânico e aquoso de plantas da família Myrtaceae evidenciaram diferentes atividades como citotóxica, antinociceptiva, antinflamatória, analgésica, antibacteriana, antifúngica e antilarval. Desta forma, podemos observar o grande potencial farmacológico desta família e a possibilidade de desenvolvimento de novos produtos e medicamentos a partir de seus extratos. Muitos compostos importantes podem ser isolados a partir da família Myrtaceae. Os derivados de terpenos são amplamente citados por apresentar efeito importante e quantidades significativas isoladas em diferentes plantas da família. Estes compostos são metabólitos secundários produzidos naturalmente por uma variedade de plantas. São encontrados em óleos essenciais e apresentam diversas propriedades biológicas, como quimiopreventivo, antimicrobiano, antifúngico, antiviral, antidiabética, antinflamatória e antiparasitária.92 Diterpenos e triterpenos são produtos naturais que apresentam efeito antinflamatório.93

Estudos comprovam a importância da atividade biológica de plantas da família Myrtaceae, sendo classificadas como uma possível escolha para tratamento de algumas patologias. Na presente pesquisa, destacaram-se os efeitos antinflamatório, antitumoral, antioxidante e antimicrobiano. A inflamação é uma resposta comum do organismo a diversos estímulos nocivos. Sendo assim, muitas doenças estão associadas com uma resposta inflamatória.94 A associação entre o câncer e a inflamação é amplamente descrita. Em meados do século XIX foi descrito que o câncer tinha origem em locais com inflamação crônica a partir de agentes que causariam dano tecidual e aumento da proliferação celular. Atualmente sabe-se que a proliferação celular apenas não tem ação carcinogênica, porém, a manutenção da proliferação celular em um ambiente rico em células inflamatórias, fatores de crescimento, estroma ativo e agentes indutores de dano no DNA estão relacionados ao desenvolvimento da patologia.95-97

Basting et al. confirmaram o uso popular da planta Eugenia punicifolia (Humb., Bonpl. & Kunth) DC, demonstrando seu efeito gastroprotetivo, antinociceptivo e antinflamatório.98 Sua ação pode estar relacionada com a inibição do sistema glutaminérgico, síntese de óxido nítrico e inibição da fosforilação do p38a MAPK. Rizzo et al. isolaram monoterpenos de extratos de Psidium guajava L. (guava) e observaram que os componentes estudados podem atuar como moduladores seletivos do receptor estrogênico, e, desta forma, reduziu o crescimento tumoral e estimulou a proliferação do útero, sugerindo que esta planta pode ter potencial significante para a terapia anticâncer.47

Os mecanismos antibacterianos encontrados em extratos de plantas da família são promissores. Doenças infecciosas constituem um sério problema de saúde, sendo uma das principais causas de morbidade no mundo inteiro. Com a ampla e indiscriminada utilização de antibióticos, as bactérias vêm desenvolvendo mecanismos de resistência e, consequentemente, dificultando o combate às infecções.99 Desta forma, torna-se importante a pesquisa de novas fontes de agentes antibióticos. Limsuwan et al. conclui com sua pesquisa que a planta Rhodomyrtustomentosa (Aiton) Hassk apresenta um composto ativo que pode ser um fármaco candidato para o controle de infecções estreptocócicas.100

No estudo de Bag et al. os extratos de sementes da planta Eugenia jambolana Lam. demonstraram diferentes graus de atividade antibacteriana contra os isolados testados, sendo que a fração etil-acetato obtida através do fracionamento do extrato etanólico mostrou o efeito antibacteriano máximo. O estudo comprovou o uso popular da planta e ainda contribuiu para o desenvolvimento de novos agentes antimicrobianos.24

A atividade biológica do óleo essencial de Plinia cerrocampanensis Barrie demonstrou atividade máxima contra Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Microsporum gypseum e mentagrophytes e Trichophyton rubrum. Também foi possível observar uma potente inibição de três estirpes de Helicobacter pylori. Ainda, o óleo essencial causou 100 % de mortalidade de larvas de Aedes aegypti na concentração de 500 µg/mL.45

Estudos preliminares têm demonstrado de forma satisfatória o potencial farmacológico e/ou atividade biológica das plantas da família Myrtaceae, sendo possível observar diferentes atividades como antinflamatória, antitumoral, antioxidante, antimicrobiana, antidiabética, entre outras. Porém, a família Myrtaceae apresenta um número elevado de espécies, sendo que muitas não apresentam estudos para tais atividades. Os resultados desta revisão sistemática contribuem com informações relevantes sobre a família Myrtaceae bem como para discussões sobre possíveis fontes de moléculas bioativas oriundas de plantas com potencial farmacológico que podem vir a ser utilizados na terapêutica de diversas doenças. Tendo em vista a importância dos estudos já realizados, sugere-se que mais pesquisas tanto in vitro quanto in vivo sejam realizadas, a fim de elucidar o potencial farmacológico bem como garantir a segurança e eficácia tanto para uso etnofarmacológico quanto ao possível uso clínico.


Conflicto de intereses

Los autores declaran que no tienen conflicto de intereses.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Colegate SM, Molyneux RJ, editors. Bioactive natural products: detection, isolation, and structural determination. CRC press; 2007.

2. Brandão HN, David JP, Couto RD, Nascimento JA, David JM. Química e farmacologia de quimioterápicos antineoplásicos derivados de plantas. Química nova. 2010;33:1359-69.

3. Aravindaram K, Yang NS. Anti-inflammatory plant natural products for cancer therapy. Planta medica. 2010;76(11):1103-17.

4. Rasul A, Yu B, Yang LF, Ali M, Khan M, Ma T, et al. Induction of mitochondria-mediated apoptosis in human gastric adenocarcinoma SGC-7901 cells by kuraridin and Nor-kurarinone isolated from Sophora flavescens. Asian Pac J Cancer Prev. 2011;12(10):2499-504.

5. Rasul A, Yu B, Zhong L, Khan M, Yang H, Ma T. Cytotoxic effect of evodiamine in SGC-7901 human gastric adenocarcinoma cells via simultaneous induction of apoptosis and autophagy. Oncology reports. 2012;27(5):1481-7.

6. Lee H, Lee JH, Jung KH, Hong SS. Deguelin promotes apoptosis and inhibits angiogenesis of gastric cancer. Oncology reports. 2010;24(4):957-63.

7. Jang KJ, Han MH, Lee BH, Kim BW, Kim CH, Yoon HM, et al. Induction of apoptosis by ethanol extracts of Ganoderma lucidum in human gastric carcinoma cells. Journal of acupuncture and meridian studies. 2010;3(1):24-31.

8. Ferreira PM, Farias DF, Viana MP, Souza TM, Vasconcelos IM, Soares BM et al. Study of the antiproliferative potential of seed extracts from Northeastern Brazilian plants. Anais da Academia Brasileira de Ciências. 2011;83(3):1045-58.

9. Newman DJ, Cragg GM, Snader KM. The influence of natural products upon drug discovery. Natural product reports. 2000;17(3):215-34.

10. Newman DJ, Cragg GM. Natural products as sources of new drugs over the 30 years from 1981 to 2010. Journal of natural products. 2012;75(3):311-35.

11. Landrum LR, Kawasaki ML. The genera of Myrtaceae in Brazil: an illustrated synoptic treatment and identification keys. Brittonia. 1997;49(4):508-36.

12. Judd WS, Campbell CS, Kellogg EA, Stevens PF, Donoghue MJ. Plant systematics: a phylogenetic approach. Ecologia mediterranea. 1999;25(2):215-6.

13. Souza VC, Lorenzi H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Instituto Plantarum; 2005. p. 640.

14. Mabberley DJ. The plant-book: a portable dictionary of the vascular plants. Cambridge University Press; 1997. p. 858.

15. Joly AB. Introdução à taxonomia vegetal. 6. ed. Sao Paulo: Nacional, 1983. Câmara Brasileira do Livro.

16. Stefanello ME, Pascoal AC, Salvador MJ. Essential oils from neotropical Myrtaceae: chemical diversity and biological properties. Chemistry & biodiversity. 2011;8(1):73-94.

17. World Health Organization. WHO Monographs on Selected medicinal plants. Geneva; 2002.

18. Brandão MG, Cosenza GP, Moreira RA, Monte-Mor RL. Medicinal plants and other botanical products from the Brazilian Official Pharmacopoeia. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2006;16(3):408-20.

19. Limberger RP, Apel MA, Sobral M, Schapoval ES, Henriques AT. Investigação da atividade antimicrobiana do óleo volátil de espécies da família Myrtaceae. Revista Brasileira de Farmácia. 1998;79:49-52.

20. Vila R, Iglesias J, Cañigueral S, Santana AI, Solís PN, Gupta MP. Constituents and Biological Activity of the Essential Oil of Eugenia acapulcensis Steud. Journal of Essential Oil Research. 2004;16(4):384-6.

21. Magina MD, Dalmarco EM, Wisniewski Jr A, Simionatto EL, Dalmarco JB, Pizzolatti MG et al. Chemical composition and antibacterial activity of essential oils of Eugenia species. Journal of natural medicines. 2009;63(3):345-50.

22. Colla AR, Machado DG, Bettio LE, Colla G, Magina MD, Brighente IM et al. Involvement of monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Eugenia brasiliensis Lam. (Myrtaceae) in the tail suspension test in mice. Journal of ethnopharmacology. 2012;143(2):720-31.

23. Stefanello MÉ, Cervi AC, Ito IY, Salvador MJ, Wisniewski Jr A, Simionatto EL. Chemical composition and antimicrobial activity of essential oils of Eugenia chlorophylla (Myrtaceae). Journal of Essential Oil Research. 2008;20(1):75-8.

24. Bag A, Bhattacharyya SK, Pal NK, Chattopadhyay RR. In vitro antibacterial potential of Eugenia jambolana seed extracts against multidrug-resistant human bacterial pathogens. Microbiological research. 2012;167(6):352-7.

25. Kosaraju J, Madhunapantula SV, Chinni S, Khatwal RB, Dubala A, Nataraj SK, et al. Dipeptidyl peptidase-4 inhibition by Pterocarpus marsupium and Eugenia jambolana ameliorates streptozotocin induced Alzheimer's disease. Behavioural brain research. 2014;267:55-65.

26. Chatterjee K, Ali KM, De D, Panda DK, Ghosh D. Antidiabetic and antioxidative activity of ethyl acetate fraction of hydromethanolic extract of seed of Eugenia jambolana Linn through in-vivo and in-vitro study and its chromatographic purification. Free Radicals and Antioxidants. 2012;2(1):21-30.

27. Medeiros JR, Medeiros N, Medeiros H, Davin LB, Lewis NG. Composition of the bioactive essential oils from the leaves of Eugenia stipitata McVaugh ssp. sororia from the Azores. Journal of Essential Oil Research. 2003;15(4):293-5.

28. Gonçalves MJ, Cavaleiro C, Da Cunha AP, Salgueiro LR. Chemical composition and antimicrobial activity of the commercially available oil of Luma chequen (Molina) A. Gray. Journal of Essential Oil Research. 2006;18(1):108-10.

29. Bouzabata A, Bazzali O, Cabral C, Gonçalves MJ, Cruz MT, Bighelli A, et al. New compounds, chemical composition, antifungal activity and cytotoxicity of the essential oil from Myrtus nivellei Batt. & Trab., an endemic species of Central Sahara. Journal of ethnopharmacology. 2013;149(3):613-20.

30. Dairi S, Madani K, Aoun M, Him JL, Bron P, Lauret C, et al. Antioxidative properties and ability of phenolic compounds of Myrtus communis leaves to counteract in vitro LDL and phospholipid aqueous dispersion oxidation. Journal of food science. 2014;79(7):C1260-70.

31. Zeidán-Chuliá F, Rybarczyk-Filho JL, Gursoy M, Könönen E, Uitto VJ, Gursoy OV, et al. Bioinformatical and in vitro approaches to essential oil-induced matrix metalloproteinase inhibition. Pharmaceutical biology. 2012;50(6):675-86.

32. Amensour M, Sendra E, Abrini J, Bouhdid S, Perez-Alvarez JA, Fernandez-Lopez J. Total phenolic content and antioxidant activity of myrtle (Myrtus communis) extracts. Natural product communications. 2009;4(6):819-24.

33. Hayder N, Bouhlel I, Skandrani I, Kadri M, Steiman R, Guiraud P, et al. In vitro antioxidant and antigenotoxic potentials of myricetin-3-o-galactoside and myricetin-3-o-rhamnoside from Myrtus communis: modulation of expression of genes involved in cell defence system using cDNA microarray. Toxicology in vitro. 2008;22(3):567-81.

34. Ben Hsouna A, Hamdi N, Miladi R, Abdelkafi S. Myrtus communis essential oil: chemical composition and antimicrobial activities against food spoilage pathogens. Chemistry & biodiversity. 2014;11(4):571-80.

35. Amira S, Dade M, Schinella G, Ríos JL. Anti-inflammatory, anti-oxidant, and apoptotic activities of four plant species used in folk medicine in the Mediterranean basin. Pakistan Journal of Pharmaceutical Sciences. 2012;25(1):65-72.

36. Moreira MR, Salvadori MG, de Almeida AA, de Sousa DP, Jordán J, Satyal P, et al. Anxiolytic-like effects and mechanism of (−)-myrtenol: A monoterpene alcohol. Neuroscience letters. 2014;579:119-24.

37. Alarcón LD, Peña AE, Quintero A, Meza M, Usubillaga A, Velasco J. Composición y actividad antibacteriana del aceite esencial de Myrcia fallax (Rich.) Dc de Venezuela. Revista de la Sociedad Química del Perú. 2009;75(2):221-7.

38. Demo MS, Oliva MM, Zunino MP, Lopez ML, Zygadlo JA. Aromatic plants from Yungas. Part IV: Composition and antimicrobial activity of Myrcianthes pseudo-mato essential oil. Pharmaceutical biology. 2002;40(7):481-4.

39. Apel MA, Lima ME, Souza A, Cordeiro I, Young MC, Sobral ME, et al. Screening of the biological activity from essential oils of native species from the Atlantic Rainforest (São Paulo-Brazil). Pharmacologyonline. 2006;3:376-83.

40. Schneider NF, Moura NF, Colpo T, Marins K, Marangoni C, Flach A. Estudo dos compostos voláteis e atividade antimicrobiana da Myrciaria tenella (cambuí). Revista Brasileirade Farmacognosia. 2008;89(2):131-3.

41. Rotman A, Ahumada O, Demo MS, Oliva MD, Turina AV, López ML, et al. Aromatic plants from Yungas. Part III. Composition and antimicrobial activity of Myrrhinium atropurpureum Schott var. octandrum Bentham essential oil. Flavour and fragrance journal. 2003;18(3):211-4.

42. Zabka M, Pavela R, Slezakova L. Antifungal effect of Pimenta dioica essential oil against dangerous pathogenic and toxinogenic fungi. Industrial Crops and Products. 2009;30(2):250-3.

43. Lima ME, Cordeiro I, Young MC, Sobra ME, Moreno PR. Antimicrobial activity of the essential oil from two specimens of Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) LR Landrum (Myrtaceae) native from São Paulo State-Brazil. Pharmacologyonline. 2006;3:589-93.

44. Aurore GS, Abaul J, Bourgeois P, Luc J. Antibacterial and antifungal activities of the essential oils of Pimenta racemosa var. racemosa P. Miller (JW Moore)(Myrtaceae). Journal of Essential Oil Research. 1998;10(2):161-4.

45. Vila R, Santana AI, Pérez-Rosés R, Valderrama A, Castelli MV, Mendonca S, et al. Composition and biological activity of the essential oil from leaves of Plinia cerrocampanensis, a new source of α-bisabolol. Bioresource technology. 2010;101(7):2510-4.

46. Ushimaru PI, Barbosa LN, Fernandes AA, Di Stasi LC, Júnior AF. In vitro antibacterial activity of medicinal plant extracts against Escherichia coli strains from human clinical specimens and interactions with antimicrobial drugs. Natural product research. 2012;26(16):1553-7.

47. Rizzo LY, Longato GB, Ruiz A, Tinti SV, Possenti A, Vendramini-Costa DB, et al. In vitro, in vivo and in silico analysis of the anticancer and estrogen-like activity of guava leaf extracts. Current medicinal chemistry. 2014;21(20):2322-30.

48. Pachanawan A, Phumkhachorn P, Rattanachaikunsopon P. Potential ofPsidium guajava supplemented fish diets in controllingAeromonas hydrophila infection in tilapia (Oreochromis niloticus). Journal of bioscience and bioengineering. 2008;106(5):419-24.

49. Kaileh M, Berghe WV, Boone E, Essawi T, Haegeman G. Screening of indigenous Palestinian medicinal plants for potential anti-inflammatory and cytotoxic activity. Journal of Ethnopharmacology. 2007;113(3):510-6.

50. Santos FA, Rao VS, Silveira ER. Investigations on the antinociceptive effect of Psidium guajava leaf essential oil and its major constituents. Phytotherapy Research. 1998;12(1):24-7.

51. Flores G, Wu SB, Negrin A, Kennelly EJ. Chemical composition and antioxidant activity of seven cultivars of guava (Psidium guajava) fruits. Food chemistry. 2015;170:327-35.

52. Santos FA, Rao VS, Silveira ER. Anti-inflammatory and analgesic activities of the essential oil of Psidium guianense. Fitoterapia. 1997;68(1):65-8.

53. Santos FA, Rao VS, Silveira ER. Studies on the neuropharmacological effects of Psidium guyanensis and Psidium pohlianum essential oils. Phytotherapy research. 1996;10(8):655-8.

54. Santos FA, Cunha GM, Viana GS, Rao VS, Manoel AN, Silveira ER. Antibacterial activity of essential oils from Psidium and Pilocarpus species of plants. Phytotherapy research. 1997;11(1):67-9.

55. Santos FA, Rao VS, Silveira ER. Naloxone-resistant antinociceptive activity in the essential oil of Psidium pohlianum Berg. Phytomedicine. 1996;3(2):197-201.

56. Flores G, Dastmalchi K, Wu SB, Whalen K, Dabo AJ, Reynertson KA, et al. Phenolic-rich extract from the Costa Rican guava (Psidium friedrichsthalianum) pulp with antioxidant and anti-inflammatory activity. Potential for COPD therapy. Food chemistry. 2013;141(2):889-95.

57. Kusuma IW, Kuspradini H, Arung ET, Aryani F, Min YH, Kim JS, et al. Biological activity and phytochemical analysis of three Indonesian medicinal plants, Murraya koenigii, Syzygium polyanthum and Zingiber purpurea. Journal of Acupuncture and Meridian Studies. 2011;4(1):75-9.

58. Balkwill F, Mantovani A. Inflammation and cancer: back to Virchow? The lancet. 2001;357(9255):539-45.

59. Bhanot, A.; Sharma, R.; Noolvi, M.N. Natural sources as potential anti-cancer agents: A review. Int J Phytomed, v. 3, p. 9-26; 2011.

60. Marin R, Apel MA, Limberger RP, Raseira MC, Pereira JF, Zuanazzi JA, et al. Volatile components and antioxidant activity from some Myrtaceous fruits cultivated in Southern Brazil. Latin American Journal of Pharmacy. 2008;27(2):172-7.

61. Werka JS, Boehme AK, Setzer WN. Biological activities of essential oils from Monteverde, Costa Rica. Actividades biológicas de los aceites esenciales de Monteverde, Costa Rica. Natural Product Communications. 2007;2(12):1215-9.

62. Moriarity DM, Bansala A, Cole RA, Takaku S, Haber WA, Setzer WN. Selective cytotoxic activities of leaf essential oils from Monteverde, Costa Rica. Actividades citotóxicas selectivas de los aceites esenciales de la hoja de Monteverde, Costa Rica. Natural Product Communications. 2007;2(12):1263-8.

63. Adebajo AC, Oloke KJ, Aladesanmi AJ. Antimicrobial activity of the leaf extract of Eugenia uniflora. Phytotherapy Research. 1989;3(6):258-9.

64. Cole RA, Bansal A, Moriarity DM, Haber WA, Setzer WN. Chemical composition and cytotoxic activity of the leaf essential oil of Eugenia zuchowskiae from Monteverde, Costa Rica. Journal of Natural Medicines. 2007;61(4):414-7.

65. Dung NT, Kim JM, Kang SC. Chemical composition, antimicrobial and antioxidant activities of the essential oil and the ethanol extract of Cleistocalyx operculatus (Roxb.) Merr and Perry buds. Food and chemical Toxicology. 2008;46(12):3632-9.

66. Ye CL, Liu Y, Wei DZ. Antioxidant and anticancer activity of 3 '‐formyl‐4', 6 '‐dihydroxy‐2'‐methoxy‐5 '‐methylchalcone and (2S) ‐8‐formyl‐5‐hydroxy‐7‐methoxy‐6‐methylflavanone. Journal of pharmacy and pharmacology. 2007;59(4):553-9.

67. Lindeman Z, Waggoner M, Batdorff A, Humphreys TL. Assessing the antibiotic potential of essential oils against Haemophilus ducreyi. BMC complementary and alternative medicine. 2014;14(1):1-4.

68. Zhang P, Zhang E, Xiao M, Chen C, Xu W. Enhanced chemical and biological activities of a newly biosynthesized eugenol glycoconjugate, eugenol α-D-glucopyranoside. Applied microbiology and biotechnology. 2013;97(3):1043-50.

69. Santos KK, Matias EF, Tintino SR, Souza CE, Braga MF, Guedes GM, et al. Enhancement of the antifungal activity of antimicrobial drugs by Eugenia uniflora L. Journal of medicinal food. 2013;16(7):669-71.

70. Lago JH, Souza ED, Mariane B, Pascon R, Vallim MA, Martins RC, et al. Chemical and biological evaluation of essential oils from two species of myrtaceae-Eugenia uniflora L. and Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel. Molecules. 2011;16(12):9827-37.

71. Ogunwande IA, Olawore NO, Ekundayo O, Walker TM, Schmidt JM, Setzer WN. Studies on the essential oils composition, antibacterial and cytotoxicity of Eugenia uniflora L. International Journal of Aromatherapy. 2005;15(3):147-52.

72. Lima EO, Gompertz OF, Giesbrecht AM, Paulo MQ. In vitro antifungal activity of essential oils obtained from officinal plants against dermatophytes. Mycoses. 1993;36(9‐10):333-6.

73. Amorim AC, Lima CK, Hovell AM, Miranda AL, Rezende CM. Antinociceptive and hypothermic evaluation of the leaf essential oil and isolated terpenoids from Eugenia unifloraL. (Brazilian Pitanga). Phytomedicine. 2009;16(10):923-8.

74. Adebayo TA, Gbolade AA, Olaifa JI. Comparative study of toxicity of some essential oils to larvae of three mosquito species. Nigerian journal of natural products and medicine. 1999;3(1):74-6.

75. Consolini AE, Sarubbio MG. Pharmacological effects of Eugenia uniflora (Myrtaceae) aqueous crude extract on rat's heart. Journal of Ethnopharmacology. 2002;81(1):57-63.

76. Sultana B, Anwar F, Mushtaq M, Aslam M, Ijaz S. In vitro antimutagenic, antioxidant activities and total phenolics of clove (Syzygium aromaticum L.) seed extracts. Pakistan journal of pharmaceutical sciences. 2014;27(4):893-9.

77. Liu H, Schmitz JC, Wei J, Cao S, Beumer JH, Strychor S, et al. Clove extract inhibits tumor growth and promotes cell cycle arrest and apoptosis. Oncology Research Featuring Preclinical and Clinical Cancer Therapeutics. 2014;21(5):247-59.

78. Zhou L, Zheng H, Tang Y, Yu W, Gong Q. Eugenol inhibits quorum sensing at sub-inhibitory concentrations. Biotechnology letters. 2013;35(4):631-7.

79. Park HI, Jeong MH, Lim YJ, Park BS, Kim GC, Lee YM, et al. Szygium aromaticum (L.) Merr. Et Perry (Myrtaceae) flower bud induces apoptosis of p815 mastocytoma cell line. Life sciences. 2001;69(5):553-66.

80. Prasad RC, Herzog B, Boone B, Sims L, Waltner-Law M. An extract of Syzygium aromaticum represses genes encoding hepatic gluconeogenic enzymes. Journal of ethnopharmacology. 2005;96(1):295-301.

81. Yang LL, Lee CY, Yen KY. Induction of apoptosis by hydrolyzable tannins from Eugeniajambos L. on human leukemia cells. Cancer letters. 2000;157(1):65-75.

82. Kalemba D, Kunicka A. Antibacterial and antifungal properties of essential oils. Current medicinal chemistry. 2003;10(10):813-29.

83. Lagouri V, Blekas G, Tsimidou M, Kokkini S, Boskou D. Composition and antioxidant activity of essential oils from oregano plants grown wild in Greece. Zeitschrift für Lebensmittel-Untersuchung und Forschung. 1993;197(1):20-3.

84.Taimidou M, Boskou D. Antioxidant activity of essential oils from the plants of the Lamiaceae family. Developments in food science. 1994:273-84.

85.Sharma S, Mehta BK, Mehta D, Nagar H, Mishra A. A review on the pharmacological activity of Syzygium cumini extracts using different solvent and their effective doses. Int Res J Pharm. 2012;3:54-8.

86. Paula JA, Paula JR, Bara MT, Rezende MH, Ferreira HD. Estudo farmacognóstico das folhas de Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) LR Landrum-Myrtaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia. 2008;18:265-78.

87. Nakaoka-Sakita M, Aguiar OT, Yatagai M, Igarashi T. Óleo essencial de Pimenta pseudocaryophyllus var. pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum (Myrtaceae) I: cromatografia a gás/espectrometria de massa (CC/EM). A Revista do Instituto Florestal. 1994;6:53-61.

88. Bara MT, Vanetti MC. Estudo da atividade antibacteriana de plantas medicinais, aromáticas e corantes naturais. Revista Brasileira de Farmacognosia. 1998;7(1):22-34.

89. Garcıa MD, Fernandez MA, Alvarez A, Saenz MT. Antinociceptive and anti-inflammatory effect of the aqueous extract from leaves of Pimenta racemosa var. ozua (Mirtaceae). Journal of ethnopharmacology. 2004;91(1):69-73.

90. Kikuzaki H, Hara S, Kawai Y, Nakatani N. Antioxidative phenylpropanoids from berries of Pimenta dioica. Phytochemistry. 1999;52(7):1307-12.

91. Urhan AS, Montero GU, Cicció JF. Efectos de la administración aguda y subaguda de extractos de Pimenta dioica (Myrtaceae) en ratas albinas normotensas e hipertensas. Revista de Biología Tropical/International Journal of Tropical Biology and Conservation. 1996;44(3):39-45.

92. Paduch R, Kandefer-Szerszeń M, Trytek M, Fiedurek J. Terpenes: substances useful in human healthcare. Archivum immunologiae et therapiae experimentalis. 2007;55(5):315-27.

93. Girón N, Través PG, Rodríguez B, López-Fontal R, Boscá L, Hortelano S, et al. Supression of inflammatory responses by labdane-type diterpenoids. Toxicology and applied pharmacology. 2008;228(2):179-89.

94. Rao TS, Currie JL, Shaffer AF, Isakson PC. Comparative evaluation of arachidonic acid (AA)-and tetradecanoylphorbol acetate (TPA)-induced dermal inflammation. Inflammation. 1993;17(6):723-41.

95. Chang HY, Sneddon JB, Alizadeh AA, Sood R, West RB, Montgomery K, et al. Gene expression signature of fibroblast serum response predicts human cancer progression: similarities between tumors and wounds. PLoS Biol. 2004;2(2):206-14.

96. Galon J, Costes A, Sanchez-Cabo F, Kirilovsky A, Mlecnik B, Lagorce-Pagès C, et al. Type, density, and location of immune cells within human colorectal tumors predict clinical outcome. Science. 2006;313(5795):1960-4.

97. Wang WS, Chen PM, Wang HS, Liang WY, Su Y. Matrix metalloproteinase-7 increases resistance to Fas-mediated apoptosis and is a poor prognostic factor of patients with colorectal carcinoma. Carcinogenesis. 2006;27(5):1113-20.

98. Basting RT, Nishijima CM, Lopes JA, Santos RC, Périco LL, Laufer S, et al. Antinociceptive, anti-inflammatory and gastroprotective effects of a hydroalcoholic extract from the leaves of Eugenia punicifolia (Kunth) DC. in rodents. Journal of ethnopharmacology. 2014;157:257-67.

99. Ahluwalia G, Sharma SK. Philanthropy and medical science: at last a new dawn for tuberculosis also. Indian Journal of chest diseases & allied sciences. 2007;49(2):71-3.

100. Limsuwan S, Kayser O, Voravuthikunchai SP. Antibacterial activity of Rhodomyrtus tomentosa (Aiton) Hassk. leaf extract against clinical isolates of Streptococcus pyogenes. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. 2012;2012:1-6.

 

 

Recibido: 13 de julio de 2016.
Aprobado: 4 de marzo de 2017.

 

 

Geórgia Muccillo Dexheimer. Centro Universitário UNIVATES, Lajeado, Rio Grande do Sul-RS.
Correo electrónico: gdexheimer@univates.br